Shakespeare 1 - O maior, mais popular e mais misterioso dramaturgo inglês
- campusaraujo
- 17 de ago. de 2024
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Atualizado: 9 de fev.

William Shakespeare (26 de abril de 1564 – 23 de abril de 1616) foi um poeta, dramaturgo e ator inglês, da era renascentista. Autor de tragédias famosas como Hamlet, Otelo, Macbeth e Romeu e Julieta, foi considerado uma das maiores figuras literárias da língua inglesa e, para muitos, o maior dramaturgo de todos os tempos. Shakespeare nasceu no condado de Warwick, em Stratford-upon-Avon, Inglaterra, filho de John Shakespeare e de Mary Arden. Localizada a cerca de 100 milhas a noroeste de Londres, Stratford-upon-Avon era, na sua época , uma movimentada cidade mercantil ao longo do Rio Avon, cortada por uma estrada rural.
Quando nasceu Shakespeare?
Não existem registros do nascimento, mas um antigo registro da igreja Stratford-upon-Avon indica que ele foi batizado na Igreja da Santíssima Trindade e registrado como Guilielmus Johannes Shakespeare. O dia 23 de abril, data em que costuma ser fixado o seu nascimento e que também coincide com a da sua morte aos 52 anos é uma convenção que foi adotada, assumindo que o batizado ocorreu três dias após o seu nascimento. No entanto, como ele nasceu sob o antigo calendário juliano, o que era 23 de abril durante a sua vida seria na verdade 3 de maio, de acordo com o atual calendário gregoriano.
Macbeth, de Roman Polanski (1971)
Macbeth (1971), dirigido por Roman Polanski, é uma adaptação visceral e sombria da peça de William Shakespeare. Situado em um ambiente medieval implacável, o filme mostra a ambição desmedida de Macbeth e sua queda trágica após o assassinato do rei Duncan. Polanski retrata o impacto psicológico do poder e da culpa com realismo cru, intensificado por cenas de violência gráfica e atmosferas opressivas. A interpretação de Jon Finch como Macbeth e Francesca Annis como Lady Macbeth traz complexidade emocional aos personagens. Enraizado na melancolia, possivelmente influenciado pelo assassinato da esposa de Polanski, o filme é uma visão única e perturbadora da tragédia shakespeariana. |
Embora a quantidade de conhecimento factual disponível seja surpreendentemente grande para alguém de sua posição, muitos a consideram um pouco decepcionante, por ser coletada a partir de documentos de caráter oficial com os detalhes empoeirados de datas de batismos, casamentos, mortes e enterros; testamentos, transferências, processos legais e pagamentos pelo tribunal. Há, no entanto, muitas alusões contemporâneas a ele como escritor, o que adiciona uma quantidade razoável de carne e osso ao esqueleto biográfico.
Infância, educação e juventude
John Shakespeare, seu pai, era um comerciante de luvas sem instrução e de Mary Arden, filha de um católico proprietário de terras. John e Mary tiveram oito filhos, embora três deles não tenham sobrevivido à infância. As filhas Joan e Margaret morreram quando crianças. William era o filho mais velho e tinha três irmãos mais novos e duas irmãs mais novas: Gilbert, Joan, Anne, que morreu aos sete anos, Richard e Edmund.
John chegou a Stratford antes de 1532 como aprendiz e curtidor de couro. Ele prosperou e começou a comercializar produtos agrícolas e lã. Em 1565 foi escolhido vereador e em 1568 oficial de justiça, posição correspondente ao cargo de prefeito, antes da concessão de uma nova carta para Stratford em 1664. Os registros indicam que a fortuna de John declinou em algum momento no final da década de 1570. Eventualmente, ele se recuperou e recebeu um brasão em 1596, o que fez dele e de seus filhos cavalheiros oficiais.
Existem poucos registros da infância e quase nenhum sobre sua educação. Estudiosos supuseram que ele provavelmente frequentou a King Edward VI Grammar School em Stratford, que ensinava leitura, escrita e os clássicos, incluindo latim. Nenhuma lista dos alunos que estavam na escola no século XVI sobreviveu, mas seria absurdo supor que o oficial de justiça da cidade não tenha enviado seu filho para a escola. A educação do menino consistiria principalmente em estudos de latim para aprender a ler, escrever e falar a língua razoavelmente bem e estudar alguns dos historiadores, moralistas e poetas clássicos.
Shakespeare aprendeu latim e um pouco de grego e leu os dramaturgos romanos. Ele frequentou a escola até os quatorze ou quinze anos, pois teve que trabalhar como aprendiz de açougueiro devido à difícil situação econômica da família. Apesar de ser uma das maiores figuras da literatura mundial, ele nunca frequentou a universidade. A incerteza quanto à sua educação levou algumas pessoas a questionarem a autoria de suas obras.
Romeu e Julieta, de Franco Zeffirelli (1968)
A adaptação de Romeu e Julieta (1968), dirigida por Franco Zeffirelli, é uma representação apaixonante e fiel da tragédia de William Shakespeare. Zeffirelli destaca-se por sua abordagem visual deslumbrante, com cenários autênticos da Itália renascentista que intensificam a atmosfera romântica e trágica. Leonard Whiting e Olivia Hussey entregam atuações cativantes como os jovens amantes e trazem inocência e ardor juvenil aos papéis. A trilha sonora de Nino Rota amplifica a emoção da narrativa. Combinando beleza estética, fidelidade ao texto original e um elenco jovem e convincente, o filme tornou-se uma das adaptações mais bem produzidas e emocionantes da obra de Shakespeare.
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Casamento apressado
Aos dezoito anos, em 28 de novembro de 1582, em Worcester, na província de Canterbury, Shakespeare se casou com Anne Hathaway, de vinte e seis anos, natural de Shottery, uma pequena vila a uma milha a oeste de Stratford. Anne Hathaway, estava grávida de três meses. O registro episcopal em Worcester preserva um título datado de 28 de novembro de 1582, e executado por dois yeomen de Stratford, chamados Sandells e Richardson, como uma garantia ao bispo para a emissão de uma licença para o casamento com Anne Hathaway de Stratford, mediante o consentimento de seus amigos e após uma vez solicitar os proclamas.
Susanna, a primeira filha do casal, nasceu e foi batizada em 26 de maio de 1583. Dois anos depois, em 2 de fevereiro de 1585, nasceram os gêmeos Hamnet e Judith. Hamnet morreu de causas desconhecidas aos onze anos. Anne Hathaway morreu em 1623, sete anos depois do dramaturgo.
Grandes mudanças
O período da Renascença na Inglaterra, durante o reinado da Rainha Elizabeth I, foi uma época marcada por grandes mudanças políticas, sociais e culturais. Elizabeth I foi uma monarca popular e seu reinado é conhecido como a Era Elisabetana, justamente por ela ter promovido uma era de estabilidade política e crescimento cultural, o ambiente favorável para o teatro e as artes.
O teatro inglês estava em ascensão, vários teatros importantes foram construídos em Londres, como o Globe Theatre, onde muitas das peças de Shakespeare foram apresentadas. O teatro era uma forma popular de entretenimento e as peças eram frequentemente encenadas para grandes públicos.
A Reforma Protestante, que começou no século XVI, transformou o panorama religioso da Inglaterra. A Igreja Anglicana, estabelecida por Henrique VIII, era a religião dominante, e as tensões religiosas influenciavam a política e a sociedade. A Inglaterra enfrentou desafios políticos, incluindo a ameaça da invasão espanhola e conflitos internos entre católicos e protestantes. Esses fatores influenciaram a política e a segurança do país, refletindo-se em temas de poder e ambição nas peças de Shakespeare.
Muito barulho por nada, de Kenneth Branagh (1993)
A adaptação de Muito Barulho por Nada (1993), dirigida por Kenneth Branagh, é uma realização vibrante e enérgica da comédia romântica de William Shakespeare. Filmado em paisagens idílicas da Toscana, o filme captura o espírito alegre e espirituoso da obra. Branagh, como Benedick, e Emma Thompson, como Beatrice, brilham em seus papéis, trazendo carisma e humor ao confronto verbal dos personagens. O elenco inclui Denzel Washington, Keanu Reeves e Michael Keaton, que enriquecem a trama com performances dinâmicas. A direção de Branagh equilibra leveza cômica e profundidade emocional, resultando em uma adaptação acessível, visualmente encantadora e cheia de energia. |
Durante a Renascença aumentou o interesse pela cultura clássica, pela filosofia e pela ciência. Shakespeare foi influenciado por escritores e filósofos da Antiguidade. Muitos de seus temas e estilos refletem essa influência. A sociedade inglesa estava em mudança, com uma crescente classe média e uma economia em crescimento. Essas mudanças sociais e econômicas também influenciaram o teatro e a forma como Shakespeare trabalhou temas sociais e humanos. Esses fatores criaram um ambiente rico e dinâmico para a produção teatral e literária, permitindo queo escritor desenvolvesse uma ampla gama de temas com linguagem e estilo únicos.
Anos perdidos
Os sete anos da vida de Shakespeare, de 1585 até 1592, não há registros. Os estudiosos chamam esse período de anos perdidos de Shakespeare. Há muita especulação sobre o que ele estava fazendo durante esse período. Shakespeare pode ter trabalhado como assistente de professor em Lancashire e, provavelmente, recebeu alguma renda de seu patrono, Henry Wriothesley, conde de Southampton, a quem dedicou seus dois primeiros poemas, Vênus e Adônis (1593) e The Rape of Lucretia (O Estupro de Lucrécia - 1594).
O primeiro era um longo poema narrativo que retratava a rejeição de Vênus por Adônis, sua morte e o consequente desaparecimento da beleza do mundo. Apesar das objeções conservadoras à glorificação da sensualidade do poema, ele foi imensamente popular sendo reimpresso seis vezes durante os nove anos seguintes à sua publicação.
Em 1586, ele se envolveu com más companhias e foi obrigado a deixar a família e se refugiar em Londres. Uma teoria é que Shakespeare pode ter se escondido para praticar a caça ilegal do senhorio local Sir Thomas Lucy. Parece mais provável que pouco depois de 1585 ele tenha ido para Londres para iniciar seu aprendizado como ator. Devido à peste, os teatros de Londres foram frequentemente fechados entre junho de 1592 e abril de 1594.
Alguns estudiosos acreditam que Shakespeare estava em Londres e trabalhou em várias funções, entre elas a de guardador de cavalos na porta do teatro de James Burbage, o primeiro teatro de Londres. Logo ele estava prestando serviços nos bastidores. Nessa época, Londres vivia uma intensa atividade artística. Ele estudou muito e leu autores clássicos, novelas, contos e crônicas, que foram fundamentais para sua formação de dramaturgo.
Sonho de uma noite de verão, de Michael Hoffman (1999)
A adaptação de Sonho de uma Noite de Verão (1999), dirigida por Michael Hoffman, transporta a comédia de William Shakespeare para a Itália vitoriana, criando uma atmosfera encantadora e mágica. O filme combina elementos clássicos e modernos, destacando-se pelos visuais deslumbrantes e uma trilha sonora envolvente. O elenco estrelado, incluindo Kevin Kline, Michelle Pfeiffer e Stanley Tucci, oferece desempenhos marcantes, especialmente Tucci como o travesso Puck. A narrativa, que entrelaça o mundo dos humanos e das fadas, é conduzida com leveza e humor. Embora tenha algumas liberdades estilísticas, o filme captura o charme e a fantasia do texto original de Shakespeare. |
Em 1592, há evidências de que Shakespeare trabalhava como ator e dramaturgo em Londres e possivelmente teve várias peças produzidas. A Groatsworth of Wit, de Robert Greene, alude a ele como ator e dramaturgo. A edição de 20 de setembro de 1592 do Stationers' Register, uma publicação da guilda, inclui um artigo do dramaturgo londrino Robert Greene que dá algumas alfinetadas em Shakespeare:
“...Há um Corvo arrivista, embelezado com nossas penas, que com seu coração de Tigre envolto em pele de Jogador, supõe que ele é tão capaz de bombardear um verso branco quanto o melhor de vocês: e sendo um absoluto Johannes factotum, é em sua própria concepção a única cena Shake em um país.” |
Os estudiosos diferem na interpretação dessa crítica, mas a maioria concorda que era a maneira de Greene dizer que Shakespeare estava indo além de sua posição, tentando se igualar a dramaturgos mais conhecidos e educados como Christopher Marlowe, Thomas Nashe ou o próprio Greene.
Início da carreira
É provável que Shakespeare tenha trabalhado durante algum tempo com famílias da pequena nobreza católica de Lancashire. Sua cultura histórica e humanística foi enriquecida devido às bibliotecas que ele frequentava. Shakespeare começou sua carreira em Londres, onde se envolveu com o teatro no final dos anos 1580 e início dos anos 1590.
Os sucessos na poesia incluem Vênus e Adônis. Seus trabalhos iniciais foram bem recebidos, e sua capacidade de criar personagens complexos e tramas envolventes rapidamente fez dele uma figura central no teatro londrino.
Não há registros claros de suas atividades teatrais, mas acredita-se que ele tenha começado a escrever peças e a atuar em produções locais. Seus primeiros trabalhos, como Henrique VI e Ricardo III, mostraram seu talento e ajudaram a estabelecer sua reputação como dramaturgo. A construção do Globe Theatre em 1599 também foi um marco importante na sua carreira, por ser um espaço significativo para suas produções.
Companhia de atores de lord Chamberlain
Em 1594, Shakespeare entrou na companhia de atores de Lord Chamberlain, a mais popular das companhias que atuavam na Corte. Em 1599, ele juntou-se a um grupo de Homens de Chamberlain que formaria um sindicato para construir e operar o no Teatro Globe, que se tornou o mais famoso de sua época. Com sua parte na receita, Shakespeare comprou a New Place, sua casa em Stratford.
Hamlet, de Laurence Olivier (1948)
A adaptação de Hamlet (1948), dirigida e estrelada por Laurence Olivier, é uma interpretação sombria e introspectiva da tragédia de William Shakespeare. Olivier adota uma abordagem psicológica, destacando os dilemas internos de Hamlet e suas lutas com dúvida, vingança e mortalidade. Filmado em preto e branco, o uso de iluminação expressionista e cenários minimalistas reforça o tom melancólico e opressivo. O desempenho de Olivier como o príncipe da Dinamarca é intensa e dá profundidade emocional ao personagem. Premiado com o Oscar de Melhor Filme e Melhor Ator, é uma das adaptações mais reverenciadas de Shakespeare, embora simplifique partes do texto original. |
No inícios dos anos 1600, Shakespeare esta à frente da principal companhia de teatro da Inglaterra, King’s Men (em homenagem a seu patrono, Jaime II), que desfrutava de prestígio na corte.
Shakespeare prosseguiu sua ascensão com uma sucessão de peças e sonetos expressivos (1609). A maioria das suas peças foi escrita em grupos de cinco estrofes iâmbicas, que ele transformou em algo mágico. Conhecido por sua sagacidade, consegui a escalar os píncaros da poesia, chafurdar no humor, mais rasteiro e produzir inversões sábias como “desperdicei tempo e agora o tempo me desperdiça” (Ricardo II). Shakespeare usou a linguagem para explorar personalidades complexas, criar climas variados e controlar enredos estonteantes, recheados de identidades trocadas.
Segundo a tradição, ele teve uma aposentadoria pacífica e confortável, em uma de suas propriedades em Stratford, por volta de 1610, mas não existem provas disso. Shakespeare morreu em Stratford, porém, segundo dizem, por causa de uma febre após uma noite de bebedeira com Ben Jonson e outros. A causa precisa de sua morte é mais um mistério em uma vida repleta de charadas intrigantes.
A dramaturgia de Shakespeare
Shakespeare escreveu mais de trinta peças, geralmente divididas em quatro categorias: histórias, comédias, tragédias e romances. Suas primeiras peças foram principalmente comédias e histórias, como Henrique VI e A Comédia dos Erros. Em 1596, ele escreveu Romeu e Julieta, sua segunda tragédia. Durante os próximos doze anos ele escreveu: Júlio César, Hamlet, Otelo, Rei Lear, Macbeth e Antônio e Cleópatra. Em seus últimos anos, voltou-se para o romântico com Cymbeline, A Winter’s Tale (Um conto de inverno)e The Tempest (A Tempestade).
Durante sua vida, apenas dezoito peças foram publicadas separadamente em edições in-quarto. Uma coleção completa de suas obras apareceu a partir da publicação do First Folio em 1623, vários anos após sua morte. No entanto, seus contemporâneos reconheceram suas realizações. Francis Meres citou Shakespeare “de língua doce” para suas peças e poemas em 1598, e os Chamberlain’s Men se tornaram a principal companhia dramática de Londres, instalada como membros da casa real em 1603.
É um pressuposto desgastado dizer que Shakespeare é o tesouro nacional da Inglaterra e o maior escritor do mundo em todos os tempos. Essa afirmação não é unânime, mas o que parece estar acima de qualquer discussão é que ele tinha uma extraordinária facilidade no uso da linguagem para sua época – ou para qualquer época. O que ele tinha a dizer e como ele o dizia encontrou enorme popularidade em vida, e foi reinventado de formas incontáveis para novas plateias desde então.
Shakespeare tinha uma compreensão muito humana de todos os tipos de personalidades e situações – de reis escoceses enlouquecidos pelo poder a Isabela, a personagem moralmente comprometida de Medida por medida, das intrigas da Antiguidade de Antonio e Cleópatra à trupe teatral escrachadamente cômica deA midsummer Night´s Dream (Sonho de uma noite de verão. Muito desse material deve ter se baseado em sua própria vida.
A tempestade, de Derek Jarman (1979)
A adaptação de A Tempestade (1979), dirigida por Derek Jarman, é uma releitura ousada e surreal da última peça de William Shakespeare. Conhecido por seu estilo experimental, Jarman transforma a ilha mágica de Próspero em um espaço visualmente carregado de simbolismo e mistura decadência barroca com influências punk. A narrativa é fiel à essência do texto, mas seu enfoque estilístico enfatiza temas como poder, vingança e libertação com um tom provocativo e erótico. A atuação de Heathcote Williams como Próspero é hipnótica. O filme também utiliza música e cenografia para criar uma atmosfera de sonho febril. Uma obra singular e desafiadora. |
Shakespeare, o homem
Shakespeare parece merecer a fama de super astro intrigante. Nascido durante a Era Elizabetana, época especialmente estimulante para os artistas, ele conseguiu deixar para trás suas raízes provincianas e ser aceito e querido pela realeza. No meio do caminho, também foi ator e andava com uma turma formada pelos principais escritores de sua época (entre eles seu rival literário, Ben Jonson).
O anedotário popular costuma retratá-lo como caçador ilegal de cervos que fugiu para Londres para escapar da perseguição, e como o amante ilícito da “Dark Lady”. Também foi Investigado por suas supostas tendências homossexuais ou bissexuais, acusado de não ter escrito suas obras.
Como compreender e apreciar as peças de Shakespeare
Para algumas pessoas as peças escritas por William Shakespeare parecem ser muito difíceis de entender, mesmo que nunca tenham tentado. Outras imaginam que elas tratam de temas muito antigos que já não fazem sentido no mundo atual. É sempre bom lembrar que o teatro na época de Shakespeare era bastante popular, mesmo assim ainda existem aquelas que acreditam na falsa afirmação de que são textos destinados a intelectuais e não a pessoas comuns. Seja como for, seguem dicas para facilitar a compreensão da vasta obra completa de Shakspeare:
Contexto histórico e cultural – conhecer o período conhecido como Era Elisabetana e o ambiente social e político da Inglaterra do século XVI pode ajudar a entender as referências e temas de suas peças. A obra de Shakespeare reflete muito do contexto da época, incluindo questões políticas, sociais e culturais.
Conhecimento de idioma e linguagem – seu inglês, conhecido como inglês arcaico, pode ser desafiador. Familiarizar-se com o vocabulário e as expressões da época pode facilitar a compreensão. Algumas edições modernas das peças incluem glossários e notas de rodapé que explicam termos e referências difíceis.
Compreensão dos temas universais – as peças de Shakespeare abordam temas universais como amor, ambição, poder, traição e identidade. Reconhecer essas questões pode ajudar a conectar as histórias com experiências pessoais e atuais.
Análise dos personagens – Shakespeare criou personagens complexos. Analisar suas motivações, conflitos internos e relações com outros personagens pode ser uma forma de se aprofundar no conteúdo de suas peças.
Apreciação da estrutura dramática – ele utilizou uma variedade de formas dramáticas, incluindo tragédias, comédias e histórias. Entender as convenções de cada gênero e como ele as manipula pode enriquecer a experiência da leitura.
Assistir a performances – ver produções ao vivo ou gravações das peças pode proporcionar uma nova perspectiva. A atuação, a encenação e a direção podem oferecer ensinamentos enriquecedores sobre a intenção e o impacto emocional das obras de Shakespeare.
Shakespeare na televisão
BBC Television Shakespeare (1978–1985) |
Uma série completa de 37 peças de Shakespeare, produzida com interpretações fiéis ao texto original. |
Hamlet (2009) |
Com David Tennant e Patrick Stewart, esta versão atualiza o clássico com um cenário contemporâneo. |
Macbeth (2010) |
Protagonizado por Patrick Stewart, apresenta uma ambientação sombria e uma abordagem cinematográfica. |
Shakespeare Retold (2005) |
Quatro peças (como Muito Barulho por Nada e Macbeth) reinventadas em contextos modernos. |
The Hollow Crown (2012–2016) |
Adaptação das peças históricas (Henrique IV, Ricardo II, Henrique V), estrelada por Tom Hiddleston e Ben Whishaw. |
West Side Story (1961) |
Adaptação moderna de Romeu e Julieta, amplamente exibida na TV. |
10 Things I Hate About You (1999) |
Inspirada em A Megera Domada, reimaginada em um ambiente adolescente contemporâneo. |
Leitura e discussão – ler diferentes edições das peças e discutir com outros leitores ou grupos de estudo pode ajudar a esclarecer dúvidas e obter novas interpretações sobre a dramaturgia de Shakespeare ֎
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