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Safo de Lesbos - A décima segunda musa

  • campusaraujo
  • 21 de fev.
  • 11 min de leitura

Atualizado: 23 de fev.


Safo de Lesbos (c. 620-570 a.C.) foi uma renomada poetisa lírica da Grécia Antiga, conhecida por seus versos apaixonados, muitos dedicados a mulheres. Sua poesia, destinada a ser cantada com lira, inspirou os termos "sáfica" e "lésbica". Nascida na ilha de Lesbos no século VII a.C., Safo é uma das figuras mais importantes da poesia lírica grega, conhecida por seus versos apaixonados, frequentemente dedicados a mulheres.  Tornou-se referência para a poesia erótica feminina sáfica e para a cultura LGBTQI+.


Ao longo da história ela foi homenageada com estátuas, moedas e cerâmicas. Contemporânea de Pítaco e Alceus, Safo é famosa por sua poesia destinada a ser cantada ao som da lira. Apesar de grande parte de sua obra ter sido perdida, sobreviveram cerca de 650 versos de seus nove volumes, incluindo o poema completo Ode a Afrodite e fragmentos notáveis como o Titônio, o Fragmento 16 e o Fragmento 31.


Além da poesia lírica, ela pode ter escrito poesia elegíaca e iâmbica. Apesar da escassez de informações sobre sua vida, Safo permanece uma das figuras mais importantes da literatura grega, reverenciada por sua sensibilidade e influência. 

Entenda o que significa LGBTQI+

LGBTQI+ é uma sigla que representa a diversidade de orientações sexuais e identidades de gênero. Cada letra tem um significado:

֎ L: Lésbicas – mulheres que sentem atração por outras mulheres.

 

֎ G: Gays – homens que sentem atração por outros homens.

 

֎ B: Bissexuais – pessoas que sentem atração por mais de um gênero.

 

֎ T: Transgêneros – pessoas cuja identidade de gênero difere do sexo atribuído ao nascer.

 

֎ Q: Queer – termo amplo para quem não se encaixa nas normas tradicionais de gênero e sexualidade.

 

֎ I: Intersexuais – pessoas que nascem com características sexuais que não se encaixam nas definições típicas de masculino ou feminino.

 

֎ +– Inclui outras identidades, como assexuais (pessoas com pouca ou nenhuma atração sexual), pansexuais (atração independente de gênero) e não-binárias (que não se identificam estritamente como homem ou mulher).

 

A sigla tem evoluído ao longo do tempo para ser mais inclusiva e representar melhor a diversidade dentro da comunidade.

 Vida misteriosa


Safo nasceu na ilha de Lesbos, Grécia, numa família aristocrática. Eruditos sustentam que sua riqueza permitia-lhe viver como bem entendesse, mas não há evidências disso. Muitas mulheres na Grécia Antiga casavam-se de acordo com as tradições e os costumes de suas cidades-estados, e a riqueza de Safo não a faria imune às expectativas sociais e familiares. É mais provável que tenha sido capaz de viver como desejava por causa da elevada estima com a qual as mulheres eram mantidas em Lesbos, além de sua própria personalidade singular. A historiadora Wendy Slatkin assinala:

Considerando as severas restrições nas vidas das mulheres, sua inabilidade de se mover livremente em sociedade, conduzir negócios ou adquirir qualquer tipo de treinamento não doméstico, não surpreende a ausência de nomes de importantes artistas femininas que tenham vindo até nós da era clássica. Somente a poetisa Safo foi enaltecida pelos gregos; Platão referia-se a ela como a décima-segunda musa. De forma significativa, ela não veio de Atenas ou Esparta mas de Lesbos, uma ilha cuja cultura incorporava um elevado respeito pelas mulheres.

A referência de Slatkin a Platão, que chamou Safo de "a décima-segunda musa" (geralmente citada por eruditos como "a décima musa") alude ao seu alegado elogio a ela como integrando a companhia das Nove Musas, que inspiravam a arte, música, dança e poesia. Não há evidência concreta de que Platão tenha feito tal declaração e acredita-se que seja uma criação de autores posteriores, que a atribuíram ao filósofo grego. Ainda assim, o fato desta frase existir ressalta a persistente reputação poética de Safo.

Wendy Slatkin é uma historiadora de arte e professora emérita da California State Polytechnic University, Pomona. Ela obteve seu doutorado na Universidade da Pensilvânia, especializando-se em pintura e escultura francesas dos séculos XIX e XX. Antes de lecionar na Cal Poly Pomona, Slatkin foi professora no departamento de história da arte da Universidade da Califórnia, Riverside. É reconhecida por suas contribuições aos estudos de gênero na arte, destacando-se por obras como "Women Artists in History: From Antiquity to the Present" e "The Voices of Women Artists". Além disso, organizou "In Her Own Words", uma coletânea de textos autobiográficos de artistas mulheres dos séculos XIX e XX. Sua pesquisa e publicações têm sido fundamentais para a inclusão e valorização das mulheres na história da arte.

 Safo, de família aristocrática, viveu em Mitilene, na ilha de Lesbos, onde dirigia uma academia dedicada ao culto de Afrodite e Eros. Sua poesia lírica, de linguagem concisa e intensa, combinava tradição eólica com elementos épicos homéricos. Histórias sobre seu casamento com Cercylas e suicídio por amor a Phaon (Feon) são consideradas fictícias. Viveu com pelo menos dois irmãos e uma filha chamada Cleis.


Como pouco se sabe sobre sua vida, muitas informações são baseadas em interpretações posteriores de sua obra. Os gregos clássicos a incluíram no seleto grupo de poetas dignos de estudo, ao lado de nomes da poesia lírica, trágica e épica.


A maior parte dos detalhes de sua vida foram perdidos, mas sabe-se que Safo foi educada aprendendo a tocar lira e chegou a compor músicas; pode ter se casado com um homem que faleceu posteriormente; pode ter tido uma filha chamada Cleis (em homenagem à mãe da poetisa); tinha três irmãos - Eurígio, Caraxo e Lárico -, os dois últimos mencionados num poema.


Ela era de uma família bem estabelecida, provavelmente de negociantes de vinho ou foi envolvida em exportação de vinho de Lesbos. Conta-se que a família foi exilada duas vezes na Sicília devido a disputas políticas. Safo era famosa o suficiente para ter estátuas erguidas e cerâmicas elaboradas em sua honra e, mais tarde, moedas cunhadas com seu nome e imagem. A historiadora Vicki Leon comenta:

Mitilene, capital de Lesbos, orgulhosamente lançou moedas de Safo; algumas foram encontradas daquele período até o século III - novecentos anos após a morte da poetisa. Safo (ou, pelo menos, sua fama) monopolizou também o equivalente da Antiguidade a uma concessão para uso de imagem em camisetas: seu retrato e nome aparecem em vasos, bronzes e, mais tarde, em muitas artes romanas.

Acredita-se que Safo tenha tido relações românticas com suas discípulas em Lesbos, o que levou à associação do termo "lésbica" à atração entre mulheres. No entanto, essa visão deriva de comentaristas posteriores, especialmente do Egito ptolomaico. Ainda assim, seu legado poético a mantém como uma das maiores figuras literárias da Antiguidade.


Exilada em Siracusa por rivalidades políticas, retornou a Lesbos e dedicou-se à poesia lírica. Liderou um thiasos, uma comunidade que ensinava poesia e canto sob a proteção de Afrodite, divindade central do Mediterrâneo oriental. Essa atividade, comum entre mulheres aristocratas, fez dela uma referência na educação artística da época.


Safo dirigiu seu thiasos por quase dez anos, até sua morte por volta de 580 a.C. Uma lenda afirma que ela se suicidou por amor não correspondido, mas essa história é provavelmente fictícia. Sua obra, voltada para a poesia lírica e o canto, consolidou seu nome como uma das maiores poetisas da Antiguidade.


Amores divinos e amores terrenos


Safo é conhecida por seus poemas que expressam sentimentos amorosos por outras mulheres, mas não se sabe se esses relacionamentos foram consumados ou tinham um significado ritualístico. Seu thiasos, dedicado a Afrodite e possivelmente influenciado por Dionísio, pode ter incorporado essas relações como parte dos rituais religiosos.


Na Grécia Antiga, a sexualidade era compreendida mais pelo papel de dominância no relacionamento do que pelo gênero. Como as mulheres eram geralmente vistas como submissas, há poucas referências a casais femininos. Além disso, há registros de que Safo também teve amantes homens e possivelmente uma filha.


Sua obra era escrita em dialeto eólio, o que dificultava a distribuição além de sua terra natal. Platão a considerava a "décima musa", mas muitos de seus escritos se perderam ao longo dos séculos, especialmente devido à destruição da Biblioteca de Alexandria e à perseguição da Igreja. No século IV, Gregório de Nazianzo ordenou a queima de seus textos, e no século XI, o Papa Gregório VII decretou a destruição deles por considerá-los imorais.


Embora seu tema principal fosse o amor, Safo fazia uso de emoções como nostalgia e ciúme, e não apenas o erotismo. Sua condenação veio do fato de abordar o amor entre mulheres em uma época em que a Igreja reprimia o desejo feminino, especialmente quando direcionado a outras mulheres. Assim, muito do que Safo realmente pensava e sentia pode ter se perdido.


Entre seus amores, destacam-se Alceu e, principalmente, Faonte. A paixão por Faonte foi intensa e infeliz. Homem comum, Faonte não conseguiu corresponder à grandiosidade do amor de Safo. Sua fraqueza contrastava com a força titânica da poetisa. Apesar da crença de que Safo era vaidosa, sua altivez derivava da consciência de seu próprio valor, não de um desejo superficial de reconhecimento. 


A Sexualidade de Safo


Safo influenciou a linguagem a ponto de, no século VI a.C., o termo "lésbico" significar "mulher que prefere seu próprio sexo". Anacreonte já usava essa acepção. No entanto, não há prova definitiva de da orientação sexual de Safo, interpretá-la apenas por seus versos seria reducionista. Acepção é o significado ou sentido de uma palavra em determinado contexto. Por exemplo, a palavra "banco" pode ter diferentes acepções: pode significar um assento ou uma instituição financeira, dependendo do uso na frase. O essencial é que Safo capturou universalmente a experiência do amor, e suas descrições de um mundo feminino fechado aos homens reforçam a hipótese de que Safo fosse lésbica, sem permitir uma conclusão definitiva.


O debate sobre a sexualidade de Safo reflete preconceitos persistentes e a resistência em aceitá-la como símbolo do amor entre mulheres. Historiadores tentaram negar sua homossexualidade com teorias infundadas, como a existência de duas Safos – uma poetisa e outra "notória vadia" – sem evidências concretas. Outros inventaram um marido, cujo nome, traduzido como “Pênis, da Ilha dos Homens”, sugere uma piada. Outra teoria vitoriana afirmava que ela dirigia uma escola para meninas, sem base documental.


Além disso, há quem afirme que sua poesia não era autobiográfica, sugerindo que Safo criou o conceito de "eu lírico". Curiosamente, esse argumento só é usado para negar a sexualidade de Safo, mas não quando ela aborda política ou amizade, evidenciando uma reinterpretação seletiva de sua história.


Principais características da poesia de Safo 

֎ Poesia lírica: Escrita para ser acompanhada por música e interpretada com a lira.

 

֎ Expressão do amor e desejo: Seus poemas tratam do amor, da paixão e da beleza, muitas vezes em tons intensamente pessoais.

 

֎ Influência duradoura: Embora a maior parte de sua obra tenha sido perdida, fragmentos sobrevivem e continuam a inspirar escritores, artistas e estudiosos.

 

֎ Dialeto e métrica: Escreveu em dialeto eólico e desenvolveu a chamada estrofe sáfica, que influenciou a poesia ocidental.

A poesia de Safo


Os poemas de Safo, frequentemente compostos para eventos públicos, cerimônias religiosas e banquetes, não podem ser tomados como relatos autobiográficos. O "Testimonia" oferece referências biográficas de escritores antigos, embora sua precisão seja questionável. Preservados em fragmentos, seus poemas contêm referências eróticas a mulheres, embora alguns acadêmicos insistam que ela poderia ter sido heterossexual.


Independentemente disso, Safo é reconhecida como uma das maiores poetas da história, influenciando gerações de escritores. Sua obra foi prejudicada pela destruição da Biblioteca de Alexandria e perseguição religiosa, mas o que restou garante sua imortalidade literária.


Diferente de Homero, que narrava epopeias, Safo escrevia sobre sentimentos íntimos, o que a tornou uma referência atemporal, com traduções hoje amplamente disponíveis. Lendas sugerem que as obras de Safo foram destruídas pela Igreja medieval para suprimir sua poesia sobre amor lésbico. Embora haja indícios de que o Papa Gregório VII tenha ordenado a queima de seus textos (c. 1073), grande parte já havia se perdido por falta de tradução.


Por escrever em grego eólico, Safo era de difícil acesso para os latinos, que preservaram apenas os poemas já traduzidos. Sua poesia sugere relações homoafetivas, mas estudiosos alertam contra leituras biográficas. Assim como outros poetas, Safo pode ter adotado diferentes perspectivas literárias. Ela parece ter focado seu trabalho nas mais básicas e perenes emoções humanas. A estudiosa Suzanne MacAlister comenta:


Não aquela jovem - ela é de outro tipo, alguém de Lesbos. Desdenhosamente, torce o nariz para meus cabelos prateados, Ela se interessa pelas moças. (Salisbury, 316) 

Suzanne MacAlister é uma acadêmica especializada em estudos gregos antigos e bizantinos. Obteve seu bacharelado com honras em Grego Moderno e Antigo, seguido de um doutorado em língua e literatura grega antiga e bizantina pela Universidade de Sydney. De 1989 a 2007, atuou como professora sênior na mesma instituição, ensinando língua, literatura e mitologia gregas antigas. MacAlister foi agraciada com uma bolsa de estudos da Universidade de Harvard, permitindo-lhe realizar pesquisas no Centro Dumbarton Oaks de Estudos Bizantinos, em Washington, D.C. Além disso, publicou livros, artigos e capítulos de livros, participou de diversas palestras e entrevistas na mídia sobre a importância dos estudos humanísticos. Após sua aposentadoria, continuou contribuindo para a educação de adultos, ministrando cursos na WEA Sydney.

No Fedro, Platão elogia Safo e Anacreonte como autoridades no amor, destacando sua habilidade de capturar a intensidade dessa emoção.  Elizabeth E. Pender observa que Platão os homenageia porque ambos expressaram vividamente o impacto do amor. Autores posteriores reforçam essa visão, associando Lesbos ao amor entre mulheres após a fama de Safo se consolidar

Elizabeth E. Pender é uma professora associada na Escola de Línguas, Culturas e Sociedades da Universidade de Leeds. Especialista em filosofia grega antiga, com ênfase nos aspectos literários dos escritos filosóficos, ela obteve seu bacharelado em Clássicos na Universidade de Leeds e concluiu seu doutorado sobre Platão na Universidade de Durham. Antes de retornar a Leeds em 1996, lecionou em instituições como King's College London, Royal Holloway e University College London. Sua pesquisa destaca a relação de Platão com tradições filosóficas e poéticas anteriores, resultando em publicações como "Images of Persons Unseen: Plato's Metaphors for the Gods and the Soul". Além disso, Pender editou obras sobre Heráclides de Ponto, contribuindo significativamente para os estudos de filosofia antiga.

Safo é a primeira poetisa grega conhecida por descrever explicitamente as emoções geradas pelo amor. Seu fragmento mais famoso, Phainetai Moi, destaca-se na poesia amorosa por retratar a manifestação física da emoção, algo raro até mesmo entre poetas homens. No entanto, sua obra não enfatiza o ato sexual, mas sim a excitação e o impacto emocional do amor. Em Phainetai Moi, Safo descreve a paixão ao observar uma mulher e captura a intensidade do desejo de forma única.


Hipóteses sobre sua morte


Seu amor por Faonte inspirou belos versos, mas ele permaneceu indiferente tanto ao amor quanto à poesia da musa de Lesbos. A tradição preservou essa história trágica, demonstrando como o amor pode ser um tirano implacável.


Safo tentou superar sua paixão, mas falhou. O amor, como um hóspede indesejado, se alojou em sua alma, recusando-se a partir. Ela percebeu a fragilidade do homem que amava, mas não conseguiu renunciar a ele. Se tivesse sido cristã, sua fé talvez lhe proporcionasse consolo; sendo pagã, encontrou no suicídio sua única saída.


Desesperada, Safo buscou libertar-se da dor atirando-se da rocha de Leucades. Seu fim trágico ilustra como, para algumas almas atormentadas, a morte pode parecer menos amarga que o sofrimento. Seu legado, no entanto, permaneceu imortal, consolidando-a como um dos maiores nomes da literatura universal.


Entretanto, a história do suicídio de Safo no penhasco de Leucádia é improvável e rejeitada por historiadores desde Estrabão (64 a.C.-24 d.C.). Menandro provavelmente criou essa lenda para ironizar o amor romântico, associando uma poetisa lésbica a um destino trágico por um homem. Outra figura notável, Artemísia I da Cária, também teria se suicidado no mesmo local, mas essa história igualmente carece de credibilidade.


Safo provavelmente viveu até a velhice e morreu de causas naturais, embora não haja registros definitivos sobre sua vida. Seu talento poético a tornou uma das figuras mais influentes da literatura grega. Seus versos eram amplamente recitados, e muitas expressões que criou tornaram-se parte da língua grega.


Legado


Safo, a célebre poetisa de Lesbos, foi admirada ao longo da história, apesar das tentativas de distorcer sua identidade. Considerada “A Poetisa”, em contraste com Homero, o “Poeta”, e chamada de “Décima Musa” por Platão, sua poesia influenciou gerações, sendo elogiada por autores como Horácio. No entanto, parte de seu legado foi moldado para se adequar a narrativas heteronormativas.


A inspiração nunca foi exclusiva dos homens, embora tenham tentado monopolizar a glória. Corina, por exemplo, derrotou Píndaro em concursos poéticos, e sua estátua em Tanagra comprovava seu reconhecimento. Outras poetisas notáveis da Grécia Antiga incluem Prascila, Miró, Erina, Telesila e Nosida. Telesila, além de poetisa, liderou mulheres contra os lacedemônios em batalha, demonstrando protagonismo feminino também na guerra.


Detalhes sobre a vida de Safo são escassos, pois os antigos não escreviam biografias como os modernos. Mesmo assim, sua grandiosidade atravessou os séculos. Ovídio dedicou-lhe uma das Heroides, e sua poesia, que abordava amor, ciúme e paixão, imortalizou-se. Criadora do metro sáfico, dominava múltiplos gêneros, como epitalâmios e elegias, consolidando-se como uma das maiores poetas da história.


Safo reconhecia a força de seu legado, como expressa no Fragmento 77: "Alguém, eu lhe digo, vai lembrar-se de nós, mesmo em outros tempos." Séculos depois, sua poesia ainda ecoa com a mesma intensidade ֎


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