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Gêneros Literários e Escolas Literárias

Atualizado: há 2 dias

Diferenças entre Gêneros Literários e Escolas Literárias


Nas últimas postagens fizemos as seguintes definições:



Agora abordaremos os gêneros literários e as escolas literárias. É bem importante não confundir esses três termos.


Gênero Textual - abrange todos os tipos de texto, menos os literários. Já o gênero literário é classificado de acordo com a sua forma, podendo ser dos gêneros épico ou narrativo, lírico e dramático. O conceito abrange apenas os textos literários. Por exemplo, uma receita culinária é um gênero textual, mas não é um gênero literário.

Texto é a maneira de o homem se expressar, não apenas de forma escrita. Tudo o que expressa um sentimento, uma ordem, uma ação é um texto, mesmo que ele não esteja escrito. Por exemplo, um filme, uma peça de teatro ou até mesmo um semáforo (!). Isso mesmo, um semáforo. Quando a luz do semáforo está vermelha, o motorista para o carro (ou deveria parar). Quando a luz do farol fica verde, ele dá a partida. Perceba que houve comunicação, e se houve comunicação isso é um texto.


Aristóteles e os Gêneros Literários


Gêneros Literários - são categorias estabelecidas para todos os tipos de textos literários, de acordo com características formais comuns. Esses textos são agrupados segundo critérios estruturais, contextuais e semânticos. Foi Aristóteles quem definiu os três gêneros literários. São eles:

Gênero narrativo ou épico

Gênero lírico

Gênero dramático

A classificação de gêneros literários sofreu algumas alterações ao longo dos anos. Hoje está mais flexível, sendo possível a mistura de gêneros e a subdivisão em vários subgêneros. Apesar da divisão em lírico, narrativo e dramático, há uma característica comum aos três gêneros: a literatura.


Esses gêneros apresentam aspectos comuns que definem a literatura como uma expressão artística que possui funções recreativas, sociais e críticas. Portanto, além da manifestação de sentimentos e da invenção de histórias por parte do autor, ocorre também a crítica social, política e histórica.

O texto literário transmite a noção artística do autor ao usar a função conotativa e poética da linguagem, em prosa ou em verso. Ele também respeita estruturas no estilo e na forma, como a métrica e a rima.


Gênero Narrativo


Definido como “gênero épico” por Aristóteles, incluía as epopeias, narrativas histórico-literárias de grandes acontecimentos. O poeta grego Homero (século IX ou VIII a.C.) foi o fundador da poesia épica a quem se atribui as obras-primas Ilíada e Odisseia. Outro grande exemplo de epopeia é a obra Os Lusíadas do escritor português Luís de Camões (?-1580). No Brasil, merece destaque os poemas épicos Caramuru, de Santa Rita Durão (1722-1784), e O Uruguai, de Basílio da Gama (1741-1795), ambos escritores pertencentes ao Arcadismo no Brasil.

Com o passar do tempo essas narrações poéticas caíram em desuso e o termo épico deu lugar ao termo narrativo. É um gênero literário moderno em prosa, que tem como objetivo narrar uma história com acontecimentos reais ou imaginários. Para ser considerado um texto narrativo, a escrita precisa dos seguintes elementos:

Elementos necessários para ser um texto narrativo

Enredo

História que narra uma sucessão dos acontecimentos, com introdução, desenvolvimento e conclusão;

Narração

 Aquele que narra a história. Utiliza discurso direto, indireto e/ou indireto livre.

Personagens

Pessoas que estão presentes na história.

Tempo

Período em que acontece a história.

Espaço

Local onde se passa a história.


Subgêneros Épico e Narrativo


Épico - longa narrativa sobre os grandes feitos de um herói ou de um povo.


Romance - longa narrativa escrita em prosa que revela ações dos personagens dentro de uma história.


Novela - escrito em prosa, é uma narrativa longa, mas mais curta e dinâmica que o romance.


Conto - escrito em prosa, é uma narrativa mais objetiva e breve que o romance e a novela.


Crônica - narrativa curta que foca em eventos cotidianos.


Fábula - narrativa fantasiosa que busca ensinar sobre algo.


Gênero Lírico


Recebe esse nome, pela referência à lira, instrumento musical que acompanhava a declamação de poesias na Antiguidade. Inclui os textos poéticos de caráter sentimental que revelam as emoções do autor. É caracterizado pela função poética da linguagem e pelo uso de palavras no seu sentido conotativo com predominância da primeira pessoa.

São textos breves porque não apresentam enredo e sim a exteriorização do mundo interior do poeta (eu lírico). O eu lírico, também chamado de sujeito lírico ou eu poético, não se refere ao autor do texto (pessoa real) por ser uma entidade fictícia (feminina ou masculina), uma criação do poeta, que faz o papel de narrador ou enunciador do poema. Em outros termos, o eu lírico representa a voz da poesia.

Os poemas têm um caráter subjetivo e musicalidade. São sempre divididos em versos e estrofes. Versos são as linhas de texto; estrofes são conjuntos de versos. A escansão é uma divisão silábica dos versos que pode ser denominada como redondilha maior (com sete sílabas ou mais), e redondilha menor (com seis sílabas ou menos).


Sugêneros do Gênero Lirico


Écloga - poema lírico sobre a vida pastoril e bucólica, que recorre ao uso de diálogos.


Elegia - poema lírico melancólico sobre a morte e a tristeza.


Epigrama - pequena composição poética que termina num pensamento engenhoso ou satírico. Inscrição que se punha sobre um objeto - uma estátua ou uma tumba, por exemplo.


Epitalâmio - poema lírico para celebração do casamento, que homenageia os noivos e o vínculo conjugal.


Haicai - gênero de poesia de origem japonesa com forma fixa. Possui três versos. É uma poesia objetiva e sintética. O haicai tradicional não possui título nem rimas e apresenta temática bucólica.


Hino - poema lírico de glorificação, homenagem e louvor a divindades e à patria.


Idílio - poema lírico sobre a vida pastoril e bucólica.


Madrigal - composição delicada e graciosa que celebra principalmente a formosura e as graças femininas.


Ode - poema lírico de exaltação, entusiasmo e alegria.


Sátira - poema lírico cujo objetivo é ridicularizar pessoa e situações, criticando e ironizando defeitos e vícios.


Soneto - poema de forma fixa que se apresenta com 14 versos e quatro estrofes, sendo dois quartetos e dois tercetos. A palavra soneto significa "pequena canção", ou, de forma literal, "pequeno som".


Gênero Dramático


Desde a Antiguidade o gênero dramático, originário na Grécia, eram textos teatrais encenados essencialmente como culto aos deuses, os quais eram representados nas festas religiosas. Entre os principais autores do gênero dramático (tragédia e comédia) na Grécia antiga estão: Sófocles (496-406 a.C.), Eurípedes (480-406 a.C.) e Ésquilo (524-456 a.C.). A encenação dos textos de gênero dramático tinha o objetivo de despertar emoções na plateia, fenômeno chamado de catarse.

Sua principal característica é ser feito para ser encenado. Não existe um narrador que conta a ação, sendo o enredo apresentado por meio das falas das personagens, representadas por atores que vivenciam os acontecimentos. Por isso, diálogos e monólogos assumem uma importância crucial.

Os dramaturgos (autores desse tipo de texto) e os atores (que encenam o texto), são os emissores. Os receptores são o público que assiste à peça teatral. Além de serem constituídos de personagens (protagonistas, secundárias ou figurantes), são compostos pelo espaço cênico (palco teatral e cenários) e o tempo.

Os textos dramáticos estão subdivididos em atos – quando as ações ocorrem num mesmo espaço – e cenas – quando há mudança de local e personagens – e apresentam o nome da personagem que dialoga antes da sua fala, marcando assim a sua entrada em cena.


Estrutura interna básica de textos destinados ao teatro

Apresentação

Faz-se a exposição tanto das personagens quanto da ação a ser desenvolvida.

Conflito

Momento em que surge as peripécias da ação dramática.

Desenlace

Momento de conclusão, encerramento ou desfecho da ação dramática.

Além da estrutura interna inerente ao texto dramático, tem-se a estrutura externa do gênero dramático, tal qual os atos (mudança dos cenários necessários para a representação) e cenas (entrada ou saída) das personagens. Observe que cada cena corresponde a uma unidade da ação dramática.

A estrutura do texto dramático, em verso ou em prosa, atua como facilitadora da dramatização pois fornece elementos auxiliadores da representação, como indicações do cenário, da música, da iluminação, do figurino e outras indicações cênicas, chamadas rubricas ou didascálias (do grego didaskália = instrução, ensinamento), que guiam o ator durante a peça de teatro.


Subgêneros do Gênero Dramático


Tragédia - representação de acontecimentos trágicos, geralmente com finais funestos. Os temas explorados pela tragédia são derivados das paixões humanas, dos quais fazem parte personagens nobres e heroicas, sejam deuses ou semideuses.


Comédia - representação de textos humorísticos que levam ao riso da plateia. São textos de caráter crítico, jocoso e satírico. A principal temática dos textos de comédia, envolvem ações cotidianas das quais fazem parte personagens humanos estereotipados.


Tragicomedia - união de elementos trágicos e cômicos na representação teatral.


Farsa - surgida por volta de século XIV, a farsa designa uma curta peça teatral de caráter crítico, formada por diálogos simples e representada por personagens caricaturais em ações corriqueiras, cômicas e burlescas (que provocam riso ou zombaria).


Na Antiga Grécia, as didascálias eram as instruções que os poetas dramáticos davam aos atores para a representação cénica; por vezes, designavam as próprias representações teatrais ou festivais trágicos. Assim, um texto do gênero dramático apresenta esses dois tipos de conteúdo: o discurso direto das personagens e as indicações cênicas.


Escolas Literárias


A literatura é tradicionalmente dividida em Escolas Literárias. Essa divisão também pode ser conhecida como Movimentos Literários ou como Estilos de Época. Dessa forma, a matéria se torna mais didática para os alunos.


Escolas literárias na Europa e no Brasil.


Essa sistematização tem como objetivo facilitar o estudo da disciplina, bem como seu ensino, uma vez que agrupa escritores de acordo com suas características estilísticas, temáticas entre outros aspectos, de acordo com o contexto histórico no qual estão inseridos. É impossível dissociar a literatura da história: essas duas áreas do conhecimento humano caminham lado a lado, e é inquestionável a influência dos fatos históricos no fazer literário de cada época ֎

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